Rússia planeja tarifa retaliatória de 200% sobre importação de vinhos europeus

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Maxim Chmora, chefe do departamento de receita aduaneira da Rússia, anunciou que o país poderá impor uma tarifa de 200% sobre a importação de vinhos de estados da OTAN e uma tarifa de 50% sobre vinhos de outros países considerados “inimigos”. Essa medida, essencialmente, proibiria a importação de vinhos europeus na Rússia, que atualmente dominam o mercado.

A decisão é uma resposta às sanções impostas à Rússia após a invasão da Ucrânia em fevereiro de 2022. Essas sanções incluíram o congelamento de reservas de moeda estrangeira, a exclusão de alguns bancos russos do sistema Swift e a apreensão de bens de oligarcas.

Além de retaliar, a medida visa fortalecer os produtores de vinho domésticos. Regiões como Krasnodar e Rostov já produzem vinhos, com 85.000 hectares de vinhedos plantados, predominantemente com a variedade Rkatsiteli, além de Cabernet Sauvignon, Merlot e Riesling.

Dmitry Kiselev, presidente da Associação de Viticultores e Vinicultores da Rússia (AWWR), defende o aumento das tarifas para evitar o excesso de oferta no mercado doméstico. A AWWR já conseguiu aumentar as tarifas de importação de 12,5% para 20%.

Se implementada, a proibição de vinhos europeus pode beneficiar produtores da Argentina, Chile, África do Sul e Armênia, que têm aumentado suas exportações para a Rússia nos últimos anos.

Os vinicultores russos também solicitaram apoio adicional do governo, incluindo a proposta de que 20% dos vinhos vendidos em supermercados sejam produzidos localmente, e metade dos vinhos listados em bares e restaurantes sejam nacionais.